Nova rodovia fará ligação direta do Brasil ao Deserto do Atacama

Uma nova rota com apelo turístico pode estar liberada para o trânsito em 2026 ligando o Mato Grosso do Sul ao Deserto do Atacama, no norte do Chile. É esse o projeto da Rodovia Bioceânica, um projeto que envolve os governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Chile.

Assim ficará a ponte que ligará o Paraguai ao Brasil em Porto Murtinho (MS) (foto: Itaipu/ divulgação)

O objetivo da rota não é turístico, mas sim ligar o Porto de Santos ao Porto de Antofagasta, no Chile. Isso seria uma alternativa ao Canal do Panamá, barateando custos para mercadorias que vem da Europa e vão para o Chile, Argentina e Paraguai. O mesmo se aplica para as exportações. Do lado do Brasil, facilita o acesso da indústria brasileira a um porto no Oceano Pacífico. O projeto também prevê uma ferrovia com o mesmo objetivo.

No turismo a rota vai facilitar a ligação dos brasileiros com um destino muito procurado, que é o Atacama. Atravessar países de carro é sempre uma aventura, atualmente essa rota é possível passando por Foz do Iguaçu e seguindo pelo sul do Paraguai e norte da Argentina, chegando ao Chile na mesma altura que chegará a nova rota. Atualmente de São Paulo até Antofagasta é uma viagem prevista de 45 horas.

A nova rota vai facilitar a ida ao Chile para quem está na região do Centro Oeste brasileiro. Boa parte da obra está sendo conduzida pela estatal Itaipu Bi-nacional, que é uma sociedade do governo brasileiro com o governo paraguaio.

O trecho brasileiro do corredor é composto pelas rodovias BR-267, no Mato Grosso do Sul, que será duplicada e modernizada, além da construção de uma ferrovia paralela. Já na Argentina, a rota será a Ruta Nacional 34, que corta o extremo norte do país, e que também passará por melhorias.

A ponte que ligará o Paraguai ao Brasil fica na cidade de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. A parte paraguaia está bem adiantada, mas a parte brasileira ainda está no começo. Abaixo uma foto recente desta obra:

Segundo a empresa Itaipu Bi-nacional, outro desafio é o asfaltamento do trecho paraguaio até a Argentina, que tem 500 quilômetros de extensão. Destes, 280 km já foram feitos.

Na fronteira entre Argentina e Chile também tem uma estrada ainda em terra. São 30 km para pavimentar. Toda a parte chilena já está pronta, inclusive a passagem pela Cordilheira dos Andes.

Com todo o trecho pronto vai faltar ainda a construção da estrutura para a Receita Federal dos países, já que pela rodovia trafegarão muitas mercadorias e também os turistas. O governo do Mato Grosso do Sul estima que entre 2025 e 2026 a estrutura esteja completa.

O projeto também pode estimular novos investimentos em infraestrutura, como a construção de novos portos e aeroportos.

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